segunda-feira, 10 de maio de 2010

Serra é o cara

Se tivesse sido Dilma, e não Serra, a dizer, que, se eleita presidente da República, convidaria o PSDB e o PV para compor o governo, e a grande imprensa brasileira - em sua maioria, serrista declarada, teria caído em cima dela, considerando a declaração da candidata como mais uma de suas besteiras. Para essa imprensa, mestra na arte de observar, Dilma - até agora, só cometeu erros, porque não possui experiência política de campanha. Serra, não. Ele é o cara, o candidato politicamente correto, porque tem experiência, é mais preparado, e tudo que diz e faz é visto como estratégia de campanha. Serra, o estrategista. Essa mesma imprensa já começa a vê-lo não como candidato de oposição, mas como o candidato pós-Lula, que - sabiamente, vai dar não apenas continuidade ao governo Lula, mas, também, ampliá-lo, ou seja, melhorá-lo. Quando Lula diz que o Brasil não pode regredir, essa imprensa vê nisso uma clara referência a um possível governo peessedebista. Interessante, que ela mesma é crítica ferrenha de um pleito plebiscitário. Chegou a culpar Lula pela derrocada da candidatura Ciro, e agora se assanha toda, tentando intrigar PT e PMDB. Essa imprensa de grande influência é paulista, profundamente "bairrista", café, qua ainda torce por uma aliança mineira, leite, em uma comovente tentativa de ressussistar a velha política café-com-leite de antes, onde, quem detinha o comando político do país eram os grandes barões de então. Esquece-se, porém, que não há mais espaço para um volta bem ao molde do passado recente. É chegada a hora dos coronéis deixarem as paredes. É hora da democracia prevalecer, a democracia - governo do povo, pelo povo e para o povo.
É hora do voto prevalecer.

Pensar, pra quê?

Depois de passar bom tempo ocupada com a desistência de Ciro à Presidência da República, a "mídia" paulista - principalmente, que, durante esse tempo, foi incansável em culpar o presidente Lula pelo fiasco dessa tentativa de candidatura, agora se volta contra Dilma. Aliás, que esse "voltar-se contra" não é de agora, não. E, para constatar o que digo, basta que se volte um pouquinho só ao passado, momento em que Lula manifestou o desejo que Dilma fosse a candidata do PT a sua sucessão. Pronto. Desse dia em diante, foi um inferno. Nada podia ser dito, que lembrasse o nome da então ministra da Casa Civil. Qualquer referência a ela era tida como uma ameaça à democracia. Mais recentemente, chegaram até a dizer, que o presidente debochava da legislação eleitoral, alguns fazendo referência a um "lulismo", que parece existir somente na cabeça deles. Não deram a menor importância ao fato de que, se esse tal "lulismo" existisse mesmo, o presidente poderia muito bem ter chamado para si a responsabilidade de um terceiro mandato. Com a popularidade em alta que sempre teve, Lula poderia - fazendo coro a outros presidentes da América do Sul, ter forçado um terceiro mandato. Não quis, em uma das maiores demonstrações democráticas já vistas nesses país. Enquanto isso, essa mesma "mídia" sofria, com a "indecisão" de Serra - e ainda espera ver Aécio, na chapa do paulista. Torcia para que Serra se declarasse logo candidato, porque estava ficando sem discurso. Até que Serra largou o governo de São Paulo, e se declarou candidato. Que alívio! Daí pra frente, deu-se um processo de sucessivas análise das candidaturas, com Serra no controle total, não apenas de sua campanha, mas, também, no controle de suas emoções, daí, porque, até agora, não ter cometido um erro sequer. Tudo que diz, acerta. Tudo que faz, está certo. Não há erros para Serra. Ele faz tudo certinho, dentro dos conformes, do figurino. E Dilma? Essa, coitada, se depender dessa "mídia", já perdeu a eleição. Desde que saiu da condição de ministra, que só tem feito besteria! Erra em tudo. Até na maneira de se vestir! Ricardo Noblat, Clovis Rossi, Fernando de Barros e Silva, Fernando Rodrigues, Eliane Cantanhede, e até Ruy Castro e Carlos Heitor Cony, esse grupo da pesada, joga no time de Serra, em quem só enxergam virtudes e acertos. isso tudo e mais a enorme quantidade de matérias produzidas pelos jornalistas de São Paulo - principalmente, pródigos em meter seus bedelhos parciais, nos conteúdos das reportagens. O jogo político possui desses lances, mas, se depender dessa "imprensa", a única coisa que Lula pode deixar de herança à Dilma, são os erros.
Votos, nem pensar.