terça-feira, 3 de agosto de 2010

A política dos órfãos

O ex-governador do Pará, Almir Gabriel – quem diria, perdeu a condição de “nosso paizão” da política praticada pelos tucanos de Paragominas e seus aliados. A expressão é de autoria do deputado estadual Bosco Gabriel (PSDB), cunhada no auge da campanha eleitoral de 2006, quando Almir era candidato – pela terceira vez, a governador do Estado. Essa, ele perdeu para Ana Júlia (PT), a governadora atual. Em linhas gerais, pode-se dizer que o inferno político de Almir Gabriel (e, por que não dizer de Simão Jatene e do PSDB paraense também?), começou exatamente aí. Derrotado, Almir Gabriel cuidou de encontrar culpados pelo fiasco eleitoral, esquecendo-se – quem sabe, de que o responsável pelo malogro não fora outro, senão o próprio candidato, o que – a meu ver, tornou a acusação contra Jatene totalmente infundada. Ainda assim, os efeitos da arrogância “almirista” não deixaram de atingir a maioria do tucanato papa-chibé, que – até hoje, ainda se vê enredada em tamanha confusão. Um fato, que – até bem pouco tempo, era impossível de acontecer, acabou se dando – e, sem nenhum constrangimento, tanto para Almir quanto para Jader Barbalho, que, publicamente, trocaram abraços e elogios, deixando muita gente perplexa. Eu, que – por diversas vezes, vi o ex-governador – nos palanques de Paragominas, principalmente, detrair o hoje deputado federal paraense, não pude conter o riso. Almir se associou a Jader, deixando Jatene e seus aliados um pouco perdidos. Mais confusão o tucano irá causar, quando for – se for, a Paragominas pedir voto para Domingos Juvenil, o candidato do PMDB ao governo do Estado. Que discurso Almir assumiria diante do eleitor paragominense, hein? Será que teria coragem de dizer a ele, que – todo esse tempo em que foi paparicado pelos políticos da coligação “União pelo Pará”, não passou de mera encenação? Seria tudo mentira aquilo que ele e seus antigos amigos proclamaram? Não sei. Esse “mingau de caroço” cabe ao eleitor elucidar. Enquanto isso, o ex-prefeito de Paragominas, Sidney Rosa (PSDB) encabeça a lista de candidatos a deputado estadual, que ainda contém outras figuras interessantes, como: Antonelo Tode, Dr. Ruy, Manoelzinho, Coronel Éder, Claudio Bicalho, Evandro Moreira e Raimundo Santos. O empresário madeireiro deve substituir Bosco Gabriel, que enjoou de ser deputado estadual, e se prepara para assumir a Prefeitura da cidade, na próxima eleição municipal, descartando o hoje vice-prefeito, Paulo Tocantins (PMDB), o Paulinho do Cartório, que – há muito, espera a oportunidade de – pelo menos, ver-se lançado candidato apoiado pelo grupo liderado pelo PSDB de Paragominas. Se Sidney se eleger, as chances do cartorário, de sentar na cadeira de prefeito, despencam para abaixo de zero, enquanto as de Bosco sobem para níveis estratosféricos. Mas – como diz a sabedoria popular, “o porco sabe o pau em que se esfrega”. Bem, depois da histórica “virada” de Almir Gabriel, na política paraense, tudo – agora, tudo se tornou possível de acontecer. E, se acontecer, não se constituirá em nenhuma novidade para ninguém, em nenhum espanto. Mas, e o eleitor de Paragominas, como fica? Ele votará e sem pedir explicação. Também, não há muito que explicar, mesmo! Um detalhe, porém, não pode ser – jamais, desprezado – tanto nessa, quanto em eleições futuras. Refiro-me à votação de Ana Júlia, na eleição passada, em Paragominas. Está certo que a disputa foi com Almir Gabriel. Esse ano, é com Simão Jatene, mas, o maior cabo eleitoral da mulher ainda é o presidente Lula.
Urge – e como, eleger-se um novo “paizão” da política comandada pelos tucanos de Paragominas.

Américo Leal – jornalista e escritor

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