terça-feira, 3 de agosto de 2010

Reprise

O filme que o editor do Correio de Capanema, Ademyr Jr., disse, em artigo nesse jornal (CAPÍTULO II – O FILME QUE JÁ ASSISTI ANTES), já ter assistido, eu também já vi. Como já disse, minha chegada a essa cidade é recente, mas venho de Paragominas, município, que, de 2003 a 2006, teve seu pior prefeito. Joel Pereira dos Santos, eleito em 2002 pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) acabou o mandato sem partido. Sem moral também. Escorraçado pelo eleitor, que – daí por diante, o derrotou em sucessivas tentativas de se eleger vereador. Ele só não destruiu o município, porque já o encontrou bastante combalido, mas o ajudou a ficar pior. Em quatro anos de desgoverno, o gestor não construiu nenhuma obra de vulto, além de um PM-Box, que, ainda assim, consumiu uma quantidade astronômica de material de construção. Nem reforma e/ou ampliação de prédios públicos ele fez. Em 2007, após o descalabro político-administrativo passado, assumiu a Prefeitura o peessedebista, Sidney Rosa. O novo gestor teve de se dobrar e desdobrar para colocar a casa em ordem. Não apenas a administração pública municipal, encontrada em frangalhos (três meses de salários atrasados, dívidas, muitas dívidas), mas o próprio município, quase sumido do mapa. Sidney teve de enfrentar os maus hábitos do povo, trazidos do prefeito anterior. Não deixou por menos, apesar de toda chiadeira dos maus acostumados de antes, que não se conformavam com a perda de privilégios, mamatas e come-dorme. Na verdade, essas pessoas não estavam nem um pouco interessadas em – pelo menos, colaborar com o desenvolvimento do município. Queriam, sim, jogar a cidade na descredibilidade, patinhando na inadimplência. Fingiam esquecer o passado logo ali. Sidney teve de adotar medidas duras, até “anti-populares”, mas não se deixou intimidar. “Limpou o terreno”, implantando uma administração austera, que – hoje, dá bons frutos. Mas não foi fácil e tão simples assim. Levou tempo. A princípio, muitos não souberam entender o “espírito” da coisa. A esses, o prefeito não deu ouvidos, mas não lhes deixou sem respostas: trabalhou, trabalhou muito para reconstruir a cidade. Esse “filme” pode ser visto em muitos lugares, inclusive aqui, em Capanema, onde é exibido a céu aberto. Há muitos atores – péssimos, por sinal, que insistem em querer agradar a plateia, afagando-lhe a baixa-estima, na tentativa mesquinha de fazê-la enxergar pela torpe visão que possuem. São ignóbeis. Manipuladores do mal. Apostadores do quanto pior, melhor. Merecedores de desprezo e de silêncio. Minha finada mãe, certa vez, mandou fazer e levou para minha professora, na escola, uma palmatoria. Disso, a velha entendia. Mas, o que ela não sabia, era que a tal palmatória não serviria somente para corrigir a mim. Hoje, já não se pode mais usar “ferramentas” desse tipo, mas, quanta falta estão a fazer!
Que venha o próximo filme!

Américo Leal – escritor e jornalista
MTE n0 2.003/PA

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