terça-feira, 13 de abril de 2010

Discurso ignorado

Com a publicação da nota, "Dilma não foge da luta nem critica exilados", a tal polêmica sobre os exilados parece que foi sepultada. Não fosse a "má fé" de quem interpretou as declarações de Dilma (PT), feitas em São Bernardo do Campo, como ofensivas aos brasileiros, que, à época da ditadura militar, tiveram que sair do país, e ela nem teria acontecido. Seria nati-morta. Mas, não. A oposição cuidou de repercutir, exagerando no tratamento. Sobre a falsa polêmica, a candidata deixou recados no Twitter: "De onde tiraram que fugir da luta é se exilar? O exílio significou a diferença entre a vida e a morte para os exilados brasileiros. Grandes amigos meus corajosos e valorosos só tiveram uma saída na ditadura, se exilar. Querer dizer que eu os critiquei só pode ser má fé. A quem interessa criar interpretações falsas sobre as minhas palavras? Não importa, a verdade se impõe.Vou seguir em frente." Desde sábado (10/04), começou a "caça às bruxas", e - a partir de agora, tudo que Dilma disser, para a oposição, terá como alvo o candidato do PSDB, Serra. Renegados de carteirinha, como Roberto Freire e Cristovam Buarque, apressaram-se a embarcar na farsa, condenando o que a candidata não disse. Ambos foram pródigos em citar ícones da resistência brasileira ao regime de exceção, iniciado em 1964: Miguel Arraes, Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes e José Dirceu. Chegaram ao absurdo de afirmar que Dilma havia chamado essas figuras de covardes e fujões. Quem assistiu pelo "You Tube" o discurso, sabe que ela não disse nada disso. A oposição partidária está fazendo o papel dela. Mas, que dizer de uma imprensa que se reputa livre? Que liberdade é essa, que não colabora com a verdade? Em seu discurso, Dilma também afirmou: "Eu não fujo da situação, quando ela fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Eu posso apanhar, sofrer, ser maltrada como já fui, mas eu estou sempre firme com as minhas convicções. Em cada época de minha vida, eu fiz o que fiz, porque acreditei no que fazia. Fiz com o coração, com a minha alma e com minha paixão. Eu só mudei, quando o Brasil mudou, mas eu nunca fugi da luta ou me submeti. E, sobretudo, nunca abandonei o barco. Eu também não sou de esmorecer. Vocês não vão me ver nunca entregando os pontos, desistindo ou jogando a toalha diante da primeira, da segunda, da terceira e da quarta dificuldade. Nós fomos forjados enfrentando dificuldades. Se não fosse difícil, não seríamos nós a fazer. Seriam outros. Eu vou lutar até o fim por aquilo que eu acredito. "
Isso tudo, porém, e mais alguma coisa, a imprensa não publicou.

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