segunda-feira, 12 de abril de 2010

Só deu Serra

Positivamente, a imprensa política brasileira do fim de semana foi Serra (PSDB). Articulistas, como: Fernando de Barros e Silva (São Paulo/Folhapress), Fernando Rodrigues (Brasília/Folhapress) e Ricardo Noblat (O Globo) deram destaque, em suas colunas, para o discurso do candidato "tucano" à Presidência da República. Em "Desforra e rancor", Fernando de Barros e Silva se mostrou contaminado pelo entusiasmo da militância peessedebista e - quase em dúvida, acabou se confessando surpreso com a própria oposição, que ele cria "desdentada, sem discurso e na defensiva". E, para não fugir ao seu figurino, considerou o ex-governador de São Paulo como um "estadista", sempre comedido em suas falas, tanto que, na visão do jornalista, entregou aos "coadjuvantes", DEM e PPS, o chumbo grosso da artilharia contra o governo e Dilma (PT). "A estratégia de Serra", de Fernando Rodrigues, enverdou pelo mesmo caminho, ressaltando os pontos positivos do discurso do candidato. Um pouco mais analítico, o jornalista definiu a estratégia de campanha de Serra, resumida em três pontos: biografia, continuidade de Lula e país unido. Segundo ele, em tudo, Serra deseja ser comparado a Dilma, acreditando que leva vantagem na disputa. Crê que sua experiência política "terá impacto forte sobre o eleitorado"; que "é o nome apropriado"; e que busca a "unidade nacional". Fernando Rodrigues avalia que ainda é muito cedo para dizer se esses eixos serão eficazes, ressalvando, porém, que, devido à forte tensão em que se encontram os candidatos, há sempre a possibilidade de erros e acertos, e que "a conexão com o eleitorado" dependerá do tamanho desses erros e acertos. Conclui, afirmando que Serra, "como candidato anti-PT", tem feito o posssível, e que, apesar dos titubeios, errou pouco até agora. Ricardo Noblat, em "O destino de Serra", inicia fazendo referência ao que todo mundo - até agora, do discurso do candidato, tomou como profecia: "o Brasil pode mais". Mas, ao contrário dos outros, Noblat lança a dúvida: dessa vez, Serra poderá mais? Ele não nega, que, dos candidatos, o ex-governador é o mais preparado para governar o país, mas - segundo ele, isso nao importa muito, lembrando que, desde 2002, Serra detém essa condição, mas, naquele ano, foi derrotado por Lula. Agora, tem consciência das dificuldades que enfrentará para se eleger, daí a frase: "Esta será uma caminhada longa e difícil", dita no discurso de sábado (10/04), em Brasília. Para o jornalista, a maior dificuldade a ser enfrentada será o significado da candidatura serrista, ou seja, o eleitor, se quiser votar em Serra, terá de "enxergar" bem a diferença entre uma candidatura que represente a continuidade ou a mudança de governo. E - para ele, a candidata da continuidade é Dilma, e não ele - Serra. Noblat lembra ainda que, em 2002, o candidato tucano também se encontrava diante de uma caminhada longa e difícil, mas, mesmo assim, "batalhou para ser candidato de um governo impopular do qual fora ministro do Planejamento e da Saúde", porque estava convencido de que somente ele poderia mudar a política econômica do governo, da qual sempre fora contra. Noblat afirma que "pesquisas de intenção de voto confirmam que uma larga maioria de brasileiros quer a continuidade do governo Lula." Segundo ele, Serra sabe disso, mas pretende vencer a eleição se apresentando como o candidato de melhor currículo, o que - para o jornalista, "só empolga o eleitor, quando ele quer mudar". Serra é candidato, porque não tem escolha. Ainda lidera as pesquisas de intenção de voto, mas sabe das dificuldades a enfrentar até o dia da eleição.
Em síntese, os três artigos caminham muito parecidos e quase na mesma direção: a direção de Serra.

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